Coleção Ronoel Simões

Foto: Leo Martins VejaSP

Coleção Ronoel Simões: uma dos maiores acervos de violão dedilhado da América Latina

Com o apoio do Programa de Ação Cultural da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, a AACCSP e o Centro Cultural São Paulo irão digitalizar parte de um dos  maiores acervos de violão dedilhado da América Latina, a Coleção Ronoel Simões.

O acervo reúne inúmeros materiais que remontam a história do violão dedilhado do século XX, coletados por Ronoel Simões (1919-2010) durante aproximadamente setenta anos, que nos trazem à percepção do quão único, representativo e importante é sua coleção, colocando-o em páreo tênue com coleções de outros importantes violonistas. Citamos aqui a recém-aberta e divulgada coleção de Andrés Segóvia (1893-1987) e a consolidada coleção de Emilio Pujol (1886-1980). 

Ronoel Simões é a figura que, nos tempos onde não havia a disponibilidade imediata às informações sobre violão e seus assuntos correlatos, fazia o compartilhamento de materiais e ainda fomentava novas produções. A proporção de seu trabalho teve crescimento exponencial e seu nome hoje representa, sem dúvida, a grande fonte de informações de materiais de áudio e partituras do século XX em nível mundial, sendo um dos responsáveis pela manutenção das informações sobre violão que circularam no período precedente à era da Internet. Procurado por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, o colecionador era reconhecidamente dono do maior acervo de violonistas famosos como Augustín Barrios, Américo Jacomino (o Canhoto) e Garoto.

A coleção de Simões nos lega a história do violão em diversos aspectos, e um deles se dá devido à variedade de suportes que ele adquiriu e manteve em sua guarda durante sua atividade de colecionador. Dentre seus materiais, a coleção contém suportes em discos de acetato, 78rpm, 45rpm, compactos, 33 rpm, fitas de tolo, cassetes e VHS, além de diversos suportes em papel. 

Os suportes que se pretende realizar o tratamento e digitalização referem-se a conteúdo aparentemente não lançado comercialmente por gravadoras, e outros lançados por gravadoras no período de 1902 a 1964. Algumas das raridades são as coleções de mais de dez gravações em acetato do compositor e violonista paulistano Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto, todas da década de 50 e o disco de Os Três Sustenidos, um dos primeiros trio de violão do país gravado por Simões nos anos 50 e com músicas como Cruzeiro.

A coleção, que por longo período esteve reunido no porão da residência do colecionador, foi adquirida pelo Centro Cultural São Paulo em 2011.

Além do processo de tratamento e digitalização do acervo, será realizada uma programação artística e educativa que promova esse rico conteúdo.

Sobre a Discoteca Oneyda Alvarenga

A Discoteca Oneyda Alvarenga, onde a Coleção Ronoel Simões está alocada, foi criada em 1935 como parte da estrutura do Departamento de Cultura de São Paulo, cujo diretor era Mário de Andrade e tinha à frente Oneyda Alvarenga (1911 – 1984), sua colaboradora. 

Grande parte deste trabalho foi dedicado ao Acervo da Missão de Pesquisas Folclóricas, com a catalogação dos objetos, registro sonoro e as publicações das séries Registro Sonoro do Folclore Musical Brasileiro e o Catálogo Ilustrado do Museu Folclórico, os quais pertencem ao acervo histórico da Discoteca. 

Dentre os principais propósitos da Discoteca estava o de organizar uma memória da música brasileira, com destaque para as manifestações populares que viria também permear o anteprojeto do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (atual IPHAN), de autoria de Mário de Andrade. A Discoteca, que ocupa uma área aproximada de 850 m2, contempla coleções de cunho etnográfico e histórico da antiga Discoteca Pública Municipal de São Paulo, possuindo um panorama de quase um século de história da música, sendo o acervo mais completo da América Latina, o qual está dividido nos seguintes formatos: partituras, catálogos, vinis, 78 rpm,  cds, cassetes, song books, arquivos digitais, cilindros de cera, objetos etnográficos, monografias históricas. Recebendo cerca de 600 usuários por mês, pré-pandemia, a Discoteca do CCSP é um conjunto único no mundo que está à disposição da população de forma gratuita e acessível.

Conheça a história da Discoteca Oneyda Alvarenga (youtube)

Acesso aos acervos:
Pesquisas podem ser realizadas no acervo mediante agendamento prévio por e-mail.

Horário de atendimento:
de terça-feira a sábado, das 11 às 17 horas.

Telefone:
3397-4071

E-mail:
discoteca@prefeitura.sp.gov.br